sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A reutilização de arames

Parte I - A história chata
Há muito, muito tempo atrás*1, quando eu até ainda estudava Biologia, fomos para as Berlengas fazer um trabalho de campo. O objectivo do meu grupo era estudar ratazanas. Não interessa o quê sobre as ratazanas! Mas o que fazíamos era colocar biscoitos pela ilha e voltar lá umas horas depois para ver quantos tinham sido comidos. Para tal, utilizámos umas bandeirolas sinalizadoras, feitas por nós com arame e fita, e colocámos uma em cada local com biscoito (porque biscoito de cão no meio das ervas não é visível no dia seguinte) (e porque biscoito de cão comido do meio das ervas também não é visível no dia seguinte).
Ora, concluída a estadia na Berlenga, ficou-se com uns 60? bocados de arame, com uns 40cm, todos tortos. Podíamos tê-los mandado para o lixo, mas estava escrito na cara deles que a sua missão na Terra ainda não estava concluída. Então, a Inês do nosso grupo decidiu guardar aquilo com muito amor e carinho este tempo todo.

*1 Foi no ano passado.

Parte II - A história prática
Os meus tomates estavam a descair, como eu tinha vindo a notar há alguns dias. E eu precisava actuar rapidamente, no sentido de contrariar essa tendência. Andei a pensar arduamente*2 no que é que eu podia utilizar para segurar os tomates, sem ter de comprar nada novo, e então lembrei-me das ratazanas!

*2 Atenção que pensar arduamente nas férias não foi nada fácil! 

Cá está um dos meus tomates, firme e hirto, com a ajuda dos arames da Berlenga >>

Parte III - A história conclusiva
Guardar aqueles objectos, mais conhecidos como "coisas", que aparentam já não ter valor, pois um dia alguém poderá vir a utilizá-los novamente. Este conceito, possível reutilização em prazo indeterminado, é novo e ainda está em estudo pela comunidade científica. Google it*3.

*Not google it...